Olavo de Carvalho: O obituário de um canalha desprezível

Hoje, 25/01/2022, morreu Olavo de Carvalho, poucas foram as vezes que senti uma felicidade tão genuína. As redes sociais se apresentam cada vez mais enquanto um ambiente de culpa e expiação, aqui as pessoas tendem a mostrar suas vidas felizes e isentas de erros e maldades, eu tendo a sentir o contrário, nunca me considerei uma boa pessoa, muito menos tenho compromisso com a elevação espiritual através da compaixão, principalmente com aqueles que jamais a teriam comigo. Eu, Jefferson Silva de Santana, nascido no cariri paraibano, preto, pobre e de origem periférica, acabo integrando a parcela mais afetada pela política de extermínio adotada e disseminada por esse senhor e por cada um dos seus que propagam desinformação e ódio todos os dias contra os meus. “Mas Jefferson, como você condena o ódio utilizando ainda mais ódio?”, é simples, quando se nasce nas condições citadas anteriormente, você acaba em algum momento se dando conta que está e sempre estará em guerra, uma guerra criada por eles contra cada uma de nós. Em uma guerra você escolhe o lado, monta um Bunker e elimina o seu oponente. A única pergunta possível é: de que lado das trincheiras você se encontra?

Olavo de Carvalho dedicou toda a sua vida à conspirações. Sempre se achou a última bolacha do pacote, o último intelectual possível deste país. Vendeu para um monte de imbecis uma pseudo-intelectualidade descartável através de seu “curso de filosofia”, que na sua esmagadora maioria formou apenas outros milhares de imbecis iguais a ele que só sabiam e sabem endeusá-lo, sempre sem base pedagógica alguma, aliás, a única base que este senhor soube pregar foi o desprezo por qualquer um que discordasse dele e dos seus propósitos. Desde o começo deste século ele vinha impregnando dentro das corporações da Polícia Militar as tonalidades do seu projeto alienador e covarde, alimentando insaciavelmente todos os preconceitos estruturais que sempre foram da PM do nosso país, principalmente contra toda e qualquer minoria.

Sempre insatisfeito, ele tentou subir ainda mais na escala de poder se aliando ao canalha que hoje ocupa a cadeira da presidência. Sua “filosofia” tinha apenas um norte: atacar qualquer um que o contestasse ou oferecesse risco aos seus planos. Olavo de Carvalho sempre foi um senhor covarde, que para poder atacar os que aqui vivem, se absteve de colocar os pés em nossa terra sofrida, que ele nunca sequer fez nada para ajudar a se curar da maneira certa. Quis o destino que Olavo voltasse ao Brasil para se tratar no SUS que ele tanto condenou, pois além de ser um homem de alma miserável também amargava a miserabilidade financeira. Olavo foi um criminoso que morreu sem pagar pelos próprios crimes. Gostaria que ele fosse sim tratado como filósofo como sempre fazia questão de destacar, afinal, a filosofia não foi apenas construída pelos bons, mas também pelos péssimos assim como ele. Leu tanto, mas morreu da própria ignorância. Como um ser midiático que sempre amou ser, da astrologia até essa filosofia barata de saber enciclopédico que não se aprofunda em absolutamente nada, mas se diz conhecer sobre tudo, Olavo nos deixa hoje, aliviados por saber que nunca mais teremos que ouvir suas barbaridades, mas também esperançosos e feliz, até porque o futuro é logo ali e com ele temos a possibilidade de acreditar que cada um destes canalhas pagarão por toda a dor que sentimos e cada crime que cometeram e cometem constantemente. Guardemos as nossas lágrimas para quem realmente merece, aos Olavos da vida eu destino apenas a minha obrigação moral de sentir nojo.