Crime em Roubaix
- Jefferson Silva - E-mail: jefferson5684@gmail.com
- 29 de ago. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 30 de ago. de 2021

Uma série de crimes sem qualquer tipo de ligação dá inicio ao filme policial Crime em Roubaix. Protagonizado pelo ator Roschdy Zem que faz o papel do comissário de policia Yacoub Daoud, um imigrante que constrói sua vida inteira em Roubaix. Deixado para trás por sua família que retorna para a Argélia, Yacoub torna-se um agente da lei que divide seu tempo entre a resolução de crimes na cidade em que sempre viveu, o seu amor por cavalos e seu sobrinho detido em uma casa de reclusão para menores.
Um carro em chamas, um roubo em uma padaria de imigrantes africanos, o estupro de uma adolescente e, por fim, o latrocínio de uma velha senhora na periferia, esses são os crimes que nos apresenta o formidável diretor Arnaud Desplechin, que já havia levado a Cannes filmes como “La sentinelle" (1992), "Como Eu Briguei (Por Minha Vida Sexual)" (1996), "Esther Kahn" (2000), "Um Conto de Natal" (2008) e "Terapia Intensiva" (2013). Desta vez com “Crime em Roubaix” ele compete em sete categorias do prêmio Cesar 2020, com Yacoub Daoud levando a estatueta de melhor ator principal.
Aqui, o enredo se afunila dando protagonismo ao assassinato brutal de uma idosa e o intenso interrogatório de suas vizinhas: Léa Seydoux que interpreta Claude, e Sara Forestier, interpretando Marie Carpentier. Léa é conhecida das massas consumidoras do cinema por papeis em filmes como “Azul é a Cor Mais Quente” (2013), “007 Contra Spectre” (2015) e “Meia Noite em Paris” (2011).
Com uma bela fotografia, atuações impecáveis, um intenso mergulho nas questões migratórias do povo Argelino à França, o radicalismo islâmico e as profundas questões sociais que levaram o país europeu aquela situação (bem antagônica à glamourização feita por Hollywood), Crime em Roubaix se apresenta como um filme policial não apenas distinto do que se é comercializado pela grande indústria cinematográfica, mas principalmente como uma obra indispensável para entender não só a França, mas o mundo em que vivemos.

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